domingo, 11 de julho de 2010

Quem Pode Esconder de Ti a Alma ?


“Toda a tua vida é um segredo
Guardado no silêncio dos teus passos
Discreto, misterioso e subtil
Nos gestos, nas palavras, no olhar...

Quem pode assim, esconder de ti a alma?
Quem pode recusar-te a confissão?
Se da tua boca bebem a imensa calma
Que embala e adormece o coração?

Vagueias pelos céus... Mesmo sem ter asas p’ra voar
Num bailado de sombras quase ausente,
Teus olhos franqueando as portas da imaginação,
Se abrem sobre a vida de tanta gente...

Quem pode assim, esconder de ti a alma?




Luciano Braz
Compartilhando, para não perder o costume.








"Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja
cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de
dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas
pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da
fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos
constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem
presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao
receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem
está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É
elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você
teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o
esforço, a amizade e as qualidades dos outros.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito
elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante
retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma
rejeição...
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é muito elegante... Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante... Sorrir sempre é muito
elegante e faz um bem danado para a alma... Oferecer ajuda... é muito
elegante... Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante...
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar
imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de
conviver, que independe de status social: Se os amigos não merecem uma
certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la."

Toulouse Lautrec